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Coqueluche - Novas estratégias de vacinação


A coqueluche ou pertussis é uma doença de distribuição global que ocorre tanto na forma endêmica, como na forma epidêmica. As epidemias costumam ocorrer a cada 2 a 4 anos, mesmo em populações vacinadas e existe uma tendência a se observar aumento do número de casos no verão, ao contrário de outras doenças respiratórias, que se transmitem com maior facilidade nos meses mais frios.

A gravidade da doença varia diretamente com a idade. A maioria das complicações e mortes ocorre em lactentes com menos de um ano, especialmente nos menores de seis meses (incompletamente vacinados); entretanto, a morbidade é significativa em adolescentes e adultos e, especialmente, nos idosos, que também podem apresentar complicações graves, como pneumonia, fratura de costela, perda urinária.

A doença ocorre em todas as faixas etárias, e dependendo da cobertura e esquemas vacinais utilizados, observa-se desvio da faixa etária de maior incidência para escolares, adolescentes e adultos. De forma semelhante á observada para outras doenças (tétano, difteria, sarampo, rubéola, varicela, caxumba), os títulos de anticorpos protetores contra coqueluche caem com o decorrer do tempo, justificando a vacinação de adolescentes e adultos com vacinas especificamente desenvolvidas para estes indivíduos. Recentemente ocorreram epidemias em alguns estados do Brasil (Alagoas, Bahia, Goiás) em ciclos e as ultimas epidemias foram registradas em 2001, 2004 e 2008

Impacto da vacinação nas crianças

As vacinas contra coqueluche foram desenvolvidas na década de 40 e, após sua introdução nos calendários de rotina, tiveram impacto dramático na redução da doença; entretanto, ao contrário de outras doenças imunopreveníveis, a coqueluche não desapareceu e continua causando complicações e mortes nos lactentes jovens, mesmo nos países desenvolvidos, pois a proteção após doença natural ou vacinação tem duração limitada.

Nos países com boas coberturas vacinais, desde a década de 90, observou-se aumento dos casos de pertussis com predomínio em adolescentes e adultos. Recentemente, diversas epidemias de coqueluche têm sido registradas nos EUA, Austrália e em alguns países da Europa.

As vacinas de células inteiras (DTPw) não são recomendadas para indivíduos maiores de 7 anos, devido à sua alta reatogenicidade. A partir da década de 1980, foram desenvolvidas diversas vacinas acelulares para crianças e estas vacinas substituíram as vacinas DTPw na maioria dos países desenvolvidos (EUA, Canadá, Europa, Austrália, Japão). As vacinas dTap  foram introduzidas nos calendários de rotina do Canadá (1999), França (2004), EUA (2007) e, posteriormente em outros países como Alemanha, Áustria e Austrália. As vacinas dTap e dTap-IPV são seguras e efetivas e são recomendadas para dose de reforço em crianças maiores, adolescentes e adultos. Não devem ser administradas no esquema primário, pois contem quantidades reduzidas dos componentes diftérico e pertussis.

A vacina dTap-IPV pode ser utilizada em substituição à vacina dT para adolescentes e adultos e é recomendada para os contatos próximos de lactentes jovens e pessoas que pretendem viajar para áreas de risco de coqueluche ou pólio, sem necessidade de qualquer intervalo com a vacina dT. Pode ser utilizada concomitantemente com as vacinas hepatite B, HPV e MMR, em locais separados. Por não contem agentes vivos, não existe contra indicação pra uso concomitante com outras vacinas, uso em gestantes e mulheres que amamentam

Desde o ano de 2011, o GPI (Global Pertussis Initiative) recomenda a que as vacinas dTap sejam administradas aos contatos domiciliares de lactentes jovens, para evitar a transmissão da doença em ambiente domiciliar e intra-hospitalar. Essa estratégia é denominada coccoon e já é adotada em diversos países (França, EUA, Canadá, Costa Rica, Panamá, Singapura).
 
Adaptado: Lucia Ferro Bricks - Doutora em Medicina pela FMUSP. Diretora Saúde Publica da Sanofi Pasteur, Divisão Vacinas do Grupo Sanofi - Setembro, 2011



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